domingo, 16 de abril de 2017

O zumbi radioativo

O zumbi radioativo

O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves.

Alguns dias após o grave acidente com produto radioativo em Goiânia, houve contaminação do solo e de uma parte do lençol freático da região. Essa agua era usada em diversos estabelecimentos comerciais e em residências.

*Essa história me foi contada por um velho agente funerário goiano, que veio trabalhar em São Paulo. Certa noite no meu plantão no IML, eu embalsamei um corpo que iria ser levado para o interior de Goiás. Nessa noite, quando ajudei a entregar um corpo para esse senhor. Eu e meu colega o convidamos para um café, era madrugada e estava frio. Pegamos nosso café e sentamos na copa, quando percebi um olhar distante no nosso convidado. Com olhar parado, sorriso de lado, ele começou a contar uma história muito estranha, que iniciou assim: Tudo começou no interior goiano, onde a os resquícios mais concentrados da água radioativa foi terminar num reservatório de rua que abastecia uma clínica de embalsamamento. Meu tio estava de plantão naquela noite na clínica e eu estava com ele aprendendo a arte do embalsamamento. Esta noite era fria como a de hoje e com um silêncio perturbador. Havia chegado o corpo de um homem de 50 anos, com cerca de 1,98 e uns 120 quilos, não necropsiado, pois estava internado em coma a 10 dias devido um infarto, nós começamos os preparativos e fui encher o galão de água e como nossa caixa d’água estava quebrada usei a água da torneira externa da clínica, que vinha do reservatório da rua, levei um total de 8 litros pra completarmos com formol. Diluímos, preparamos os instrumentos e meu tio preferiu acessar a artéria carótida do corpo. Liguei a bomba, estava com uma luz fraca na sala e fui preencher o formulário, enquanto meu tio estava tomando um café na copa. Passou alguns minutos e quando olhei o cadáver, estava com uma cor muito clara, parecia que o corpo estava Fosforescente, radiava luz, iluminava parte da mesa de embalsamamento. O corpo estava em termino da injeção do formol e eu desliguei a bombas e apaguei a luz da sala, na escuridão total percebi que o corpo emitia luz esverdeada. Eu assustei e acendi a luz e chamei meu tio para olhar esse fenômeno estranho. Quando ele chegou na sala de embalsamamento, eu apaguei a luz e o corpo brilhou mais forte. Meu tio ficou espantado, mas não queria arrumar polemica sobre o acontecido e foi logo finalizando o embalsamamento e começamos a lavar o corpo para vesti-lo e maquia-lo.

Nessa hora eu fui pegar a mala de maquiagem e meu tio ficou na sala enxugando o corpo, ainda demorei um pouco, pois tinha que completar a mala com produtos que faltava.

Quando retornei à sala após alguns minutos, meus olhos quase saltaram para fora, meu coração disparou em pânico, eu endureci diante da cena que vi. Eu estava horrorizado, travado de medo e não conseguia pensar, só olhava fixo e arregalado, minha boca aberta travou e minhas pernas amoleceram, mas fiquei parado sem me mexer e quando me dei conta, abaixei e me escondi atrás de um armário velho da sala. Olhei com cuidado toda a cena e lá estava meu tio na mesa de embalsamamento, estirado, sangrando, com as tripas pra fora da barriga, o pescoço torcido e o rosto virado pra fora da mesa com um último olhar de dor e medo, o corpo havia sumido, reparei que a porta dos fundos da clínica estava aberta e quebrada, como se um trator tivesse arrancado ela. Eu estava horrorizado, mas me aguentei e fui a porta olhar fora da clínica, achei que algum psicopata ou necrófilo entrou, matou meu tio e levou o corpo, olhei para os lados e não tinha visto nada, caminhei pela lateral da casa pra entrar na recepção e ligar pra polícia, quando de repente vi no fundo do jardim da clínica, era um vulto e parecia ser alguém bem grande tentando pular o muro dos fundos. Eu instintivamente gritei: Houu!...Você ai!...Vou chamar a polícia.

Eu fiquei gelado, pois o volto veio em minha direção num andar ligeiro e tamanho foi meu susto ao ver aquele homem nú e com brilho forte saindo do escuro do jardim. Naquela hora não tive dúvidas, era o corpo que estávamos embalsamando. Eu corri para o outro lado do jardim e no desespero tentava abrir o portão, minhas mãos tremiam, eu gelava e o pânico estava me dominando quando eu percebia aquela...criatura reluzente e com olhar feroz vindo em minha direção. Nessa hora eu dei um grito e ao forçar a tranca, o portão abriu e eu corri pela rua deserta e pouco iluminada, mas logo atrás vinha aquela criatura correndo desajeitado e furioso. Eu gritava desesperadamente pela rua e corria o máximo que eu podia, quando ao virar a esquina fui atropelado por uma viatura da polícia que fazia ronda na região. Eu fiquei inconsciente por algumas horas e ao acordar estava o delegado de polícia ao lado do meu leito no hospital geral da cidade. Ele nem esperou eu despertar por completo e foi me perguntando o que aconteceu na clínica. Fui tomando consciência e minhas lembranças voltaram e o medo e o pânico daquela noite se apossou de mim novamente. O delegado e o medicou que me atendeu foram me acalmando, depois de alguns minutos e um copo de agua, fui lembrando e contando tudo que vi. O delegado olhou para o médico e perguntou: É possível? Como pode?...os policiais viram um homem alto, nú e furioso vindo em direção e deram ordem de rendição, para ele parar...mas não parou e agarrou um dos policiais pelo pescoço e o ergueu, nesse momento o outro policial eu volta por tras da viatura e atirou sem hesitar, disparou 3,4 e 5 tiros e só no quinto o homem largou o policial e fugiu, logo em seguida o policial que atirou comunicou outras unidades e trouxe o rapaz e o parceiro dele para o hospital. Após isso ninguém mais viu aquele sujeito feroz. Mas é possível após 5 tiros alguém sair correndo...? O delegado olhou pra mim e perguntou: Garoto! O que aconteceu? Eu repeti a história com pânico e o medo me agitou de novo, pois eu não sábio como explicar e nem fazia ideia da explicação desse ocorrido. Eu pensei no meu tio morto e como diria isso a minha tia e...minha família? Nesse momento minhas vistas escureceram e eu desmaiei no leito e dormi ate o dia seguinte.

A tarde, após a necropsia fizemos o sepultamento do meu tio e fui pra casa com meus pais e ninguém mais comentou esse caso na região.
Eu quebrei esse silencio hoje, e podem acreditar que não soubemos mais nada daquele corpo enfurecido, mas soube que na região os fazendeiros sempre encontravam...e até hoje encontram animais estripados, o gado amanhece agitado e as vezes um boi dilacerado é encontrado. Além disso, crimes estranhos e nunca resolvidos acontecem até os dias de hoje e fazem mais e 20 anos que tudo aconteceu. A população da região comentam somente nos sussurros e evitam falar abertamente sobre esses acontecimentos. Os mais antigos dizem que era um morto vivo que andava pelas matas da região e nas noites de lua cheia aparecia nos sítios e fazendas para matar animais e as vezes pescadores noturnos.

Todas as noites frias de lua cheia como essa, me faz lembrar daqueles acontecimentos e eu preciso parar e tomar um café pra ir relaxando e desfazendo o pânico que vem em mim...o frio que sobe minha espinha é o mesmo daquela noite a 22anos atraz.

SRH

O celular


Janaina estava passando os números de telefone dos seus amigos da agenda velha para uma nova quando viu o número de Patrícia, uma amiga falecida alguns meses em um acidente de carro quando voltava de uma festa com seu namorado Pedro que até hoje estava em coma. O acidente foi causado por um motorista bêbado em alta velocidade e Patrícia morreu no local.

Janaina sentiu um frio da espinha e uma tristeza repentina, pensou em ligar para o número e talvez escutar a voz de sua amiga em uma gravação se o telefone ainda estivesse ativado. Hesitou por um instante, pois não sabia qual seria sua reação ao escutar a voz da amiga, mas pegou o telefone discou o número. Escutou o telefone chamando duas vezes e fez menção de desligar, pois se sentia boba fazendo aquilo, porém alguém atendeu.

“Alo.” “Oi Janaina.” – respondeu a pessoa do outro lado da linha. “Quem esta falando?” “Quem poderia ser? É a Patrícia.” “É impossível.” “Como assim? Você ligou para o meu número, quem você esperava que atendesse?” Aterrorizada e sem saber o que fazer Janaina continuou a conversa, que foi curta, pois ela estava com muito medo. Nos próximos dois meses ela continuou ligando para o número que sempre era atendido pela amiga já morta, conversava rapidamente e desligava. Pedro havia saído do coma, porém ainda se encontrava no hospital se recuperando das fraturas.

Um dia Janaina decidiu que iria ligar e perguntar sobre o acidente e se ela se lembrava de algo. Ela ligou e as duas conversaram por período curto e Patrícia começou a fazer perguntas sobre seu namorado. “Janaina, você tem alguma noticia do Pedro? Por que ele não me liga? Ele me prometeu estar do meu lado não importa o que acontecesse. Ele desapareceu e não me liga, tenho me sentindo tão sozinha.” – perguntou Patrícia com voz de choro.

Janaina estava paralisada, não sabia o que dizer ou qual seria a melhor resposta e falou a primeira coisa que lhe veio à mente. “Porque... porque você morreu no acidente de carro.” – respondeu ela com calafrios. A última coisa que ela escutou foi o grito de terror de sua amiga e o sinal de ocupado logo em seguida. Rapidamente ela re-discou o número de Patrícia, porém dessa vez a voz do outro lado da linha disse: “Este número é inexistente"

SRH

A sala de anatomia

A sala de anatomia

Dr. Frank era professor de universidade, homem da ciência e céptico a qualquer assunto relacionado à religião. “Se não esta provado pela ciência não existe”, dizia ele quando se via no meio de uma conversa sobre o tema.

Certo dia, saindo do seu carro quando chegou à universidade para sua aula noturna escutou uma voz: “Dr. Frank?” – disse uma moça de uns 17 anos aproximando dele. “Pois não?” – perguntou curioso para saber quem era aquela moça, definitivamente nenhuma de suas alunas, ele conhecia a todos por nome.

“Sou a filha da Marisa, sua colega de Yoga” – respondeu a moça com um belo sorriso. “Desculpa te incomodar, mas eu estou a ponto de prestar vestibular, sonho em ser médica mas não sei se tenho estomago, queria assistir uma de suas aulas de anatomia se possível.” “Humm, esta bem, apesar de que não deveria permitir, estou somente prestando um favor a sua mãe.” – respondeu Dr. Frank já andando em direção ao prédio. Caminharam por uns 5 minutos até chegarem à sala onde Dr. Frank iria dar sua aula. “Olha, não atrapalhe minha aula, não faça perguntas e não fale nada. Senta nessa cadeira e assiste. Quando formos analisar corpos você pode chegar perto. Não quero me meter em encrenca por trazer você aqui.” – disse ele com ar sério. O tempo foi passando, chegaram os alunos e a aula começou. Dr. Frank olhava a moça uma vez ou outra que parecia muito interessada na aula. Algum tempo depois pediu a dois alunos que tirassem dois corpos do freezer para que ele os demonstrasse um procedimento. “Professor, tem dois corpos recém chegados aqui. São indigentes, encontrados pela policia alguns dias atrás, foram mortos a tiros, esta aqui o relatório. Ainda não foram usados para estudo.” – Disse o rapaz estendendo uma prancheta com a informação dos cadáveres. Olhando o relatório o professor balançou a cabeça dizendo que sim.

Os dois alunos retiraram os corpos dos plásticos e os colocaram em cima de uma mesa. A moça se levantou e curiosa foi até os corpos. “Dr. Frank, cuida de mim, por favor.” – disse ela tremendo, com olhar estranho e se aproximando do professor, que imediatamente foi falar come ela. Ela se virou e saiu correndo da sala e ele atrás dela, quando alcançou o corredor não a viu mais. Se aproximou do vigia. “O senhor viu para onde foi a moça que saiu da minha sala?” – perguntou Dr. Frank. “Ninguém passou por aqui não senhor.” – respondeu o vigia intrigado. “O moça que entrou comigo mais cedo para aula de anatomia”. – explicou ele. “Me desculpa Dr. eu não vi ninguém entrar com o senhor”. – contestou o homem mais intrigado ainda. Dr. Frank virou-se em direção à sala agarrando o celular do bolso. Selecionou o celular de Marisa, segundos depois alguém atendeu. “Oi Marisa, é o Frank da aula de Yoga. Escuta, sua filha esteve aqui e pediu para assistir uma das minhas aulas de anatomia. Acho que ela não agüentou ver os cadáveres e foi embora chorando.” – contou ele a mãe da moça.

“Estranho, ela foi acampar com o namorado e deveria estar de volta somente amanhã”. – respondeu Marisa com ar preocupado. “Bom, pode ter sido outra Marisa então, eu conectei com você primeiro, mas deixa pra lá, eu tenho ir que meus alunos me esperam.” – disse e já desligando o telefone. “Acampamento... sei, esses adolescentes”. Ele voltou a sala onde os alunos já haviam começado a estudar os corpos, se aproximou da mesa para tomar a liderança da aula novamente. Sua feição mudou completamente, o terror tomou conta de seu corpo. “Para” – gritou Frank tirando a mão do rapaz que estava dentro do abdômen do cadáver. “Ela não é indigente, eu a conheço.” – disse ele aterrorizado. Ali deitada na mesa de estudo com o tronco do seu corpo aberto, estava a filha de Marisa. Dr. Frank tremia da cabeça aos pés. Não sabia o que pensar, estava confuso e com medo pois aquilo era novidade para ele. Ele deu um passo em direção a porta, ali estava ela novamente. A brisa da noite tocou sua nuca e ele arrepiou.

“Me devolve pra minha mãe.” – disse a ela com voz tremula. Um segundo depois já não estava mais lá. Dr. Frank dispensou seus alunos, sentou-se onde supostamente estava a garota e ali ficou por horas pensando tudo, tudo o que ele não acreditava teria que reconsiderar.

SRH

A dama do cemiterio

A dama do cemitério

-Plena sexta feira a noite e Paulo quer comemorar, e está se divertindo no centro da cidade junto com outras pessoas, quando encontra uma linda mulher, branca, cabelos pretos e corpo escultural, a mulher mais linda que ele já viu.

Ele toma coragem e resolve paquerar a tal mulher. Conversa vem conversa vai, quando o relógio do igreja bate meia-noite. Dentro desses minutos ele se aproxima para beija-lá ele a toca e sente que ela está gelada. Mais não liga. A linda mulher o interrompe e diz que necessita ir embora, pois sua hora chegou. Ela segue seu caminho, ele de tanta curiosidade vai segui-la. Sua perseguição acaba no cemitério municipal que era logo alí, bem perto, quando a vê entrando no cemitério. Ele acha estranho uma mulher linda como aquela entrar no cemitério e retorna.

O jovem rapaz intrigado com o fato fica parado uns instantes pensando. Depois caminha em direção aos colegas e comenta: Nossa! Eu estava me dando bem com aquela gata, mas ela saiu de repente... Um dos amigos questiona: Quem?...Não vi ninguém...Só te vi de relance parado ali na frente perto da igreja...sozinho! Paulo estava confuso com o que o colega dele falou. E comentou mais: Cara! Você não viu mesmo? Ela é linda, estava de vestido branco, nos beijamos, de repente ela saiu fora e entrou no cemitério. O colega de Paulo não da muita importância e diz: Vai ver você ficou com uma garota gótica atípica que usa branco. Elas costumam ficar no cemitério…vai lá procura-la Paulo ficou pensativo, percebeu quem seu colega não o levou a sério, mas Paulo percebeu algo. Ela não era gótica exatamente, mas gostava de ficar no cemitério a noite. A noite passou e de madrugada todos foram pra suas casas. Na semana seguinte era sexta feira 13 e Paulo foi convidado pra uma festa na casa de um amigo. A noite, la pelas 23:00, Paulo sai de casa para a festa e vai caminhando tranquilo sozinho, quando percebe que logo a frente estava o portão do cemitério, onde a loira havia entrado na outra noite. Paulo para em frente ao portão que sempre estava aberto. Neste momento, ele olha a escuridão dentro das ruas do velho cemitério da cidade e resolve entrar. Paulo foi passando pelo portão e caminhou um pouco até onde havia certa luz ainda e parou, ficou olhando e sentindo medo daquele lugar. De repente viu um vulto entre os túmulos, sentiu um frio na nuca e suas pernas ficaram paralisadas, mesmo com muito medo ele acendeu a luz do celular e foi mais adiante entre os túmulos e ficou parado olhando e procurando algo que ele mesmo não sabia o que seria. Logo, tamanha foi sua surpresa quando viu na luz do luar uma figura feminina de branco caminhando em direção a ele. Paulo estava com muito medo, mas logo foi se familiarizando com a imagem de uma mulher de branco e cabelos pretos, longos e brilhantes. Ele não teve dúvidas e viu que era a mulher que ele havia beijado na semana passada, então se aproximou dela e ao ver seu sorriso, ele foi ficando calmo e se encorajou e disse a ela: Ola!...Poxa! Você me assustou. Porque gosta de caminhar no cemitério anoite? A mulher calmamente lhe diz: Eu não sei muito bem, mas quando entro no cemitério sinto que estou em casa, sinto estar em paz e as vezes sinto um tormento também, mas não sei te explicar...apenas sinto! Paulo não entende nada, mas de tão feliz por ver aquela linda mulher, prefere desfrutar o momento. Assim fica olhando o rosto delicado e bonito daquela mulher e declamando poemas e versos, ele estava se sentindo romântico e sedutor com toda a atenção que recebia e dos carinhos que ela fazia em seu rosto. O tempo foi passando e houve-se o sino da igreja, pois indicava ser meia-noite em ponto.

Com a luz do luar mais forte sobre eles, estrelas brilhantes no céu negro, uma brisa suave, os dois se abraçaram e se beijaram em plena meia noite. Paulo percebia que o beijo iniciou quente e logo foi ficando frio e mais frio e parecia gelado no fim, sua satisfação pessoal de estar com aquela linda mulher o manteve naquele beijo profundo, molhado e...gelado

Paulo continuou beijando de olhos fechados, enquanto suas mãos deslizavam com toda autoridade sentindo o corpo perfeito coberto pelo vestido fino de seda. Quando o longo beijo terminou, ela tirou o vestido e ficou nua exibindo um corpo escultural iluminado pela luz da lua e das estrelas de um céu limpo.
Nesta noite...tranzamos loucamente. Saimos do romantismo, das gentilezas e entramos num sonho onde eramos selvagens e loucos...

Paulo e a mulher misteriosa que nunca respondia seu nome quando ele perguntava, adormeceram nus ali naquela laje. Passou alguns minutos e já era pouco mais de uma da madrugada e Paulo despertou e ao seu lado estava ela, de costas e com a cabeça sobre seu braço esquerdo. Paulo beijou-lhe a nuca para acorda-la com delicadeza e disse: Ola!... minha princesa...Acorda pra eu te levar na sua casa. Paulo a beija no rosto e sente sua pele gelada, o corpo dela lhe dava arrepios de frio e o silencio da noite já o perturbava. Ele retira o braço delicadamente e continua chamando por minha princesa, mas a mulher gelada não respondia e Paulo começou a ficar preocupado, achou que ela podia estar com algum problema. Ele vestiu suas roupas e virou a mulher de frente pra ele, mas estava muito escuro, não conseguia ver direito seu rosto e se havia expressão quando ele a chamava e a movimentava para acorda-la. Foi de repente que passou uma brisa fria e a lua voltou a iluminar aquela laje, foi nesse momento que Paulo viu o rosto daquela mulher que o seduziu, agora percebia que era um pouco diferente do rosto que ele havia conhecido antes. Foi grande seu susto quando olhou com o auxílio da luz de seu celular o rosto pálido, batom borrado, manchas verdes nas laterais do pescoço branco, olheiras negras ao redor dos olhos, que se abriam lentamente. Paulo estava assustado e perguntou: Moça! Quem é você? Ela olhou em seus olhos e disse: Olhe a lapide do tumulo Paulo se virou, iluminou, olhou para a lapide e viu a foto da moça que ele havia realmente conhecido, seu nome era Melissa, havia falecido a 30 anos, vítima de assassinato.

Paulo ficou atônito e perguntou: Como pode? O que aconteceu com você Melissa? Melissa, calma e serena começa a explicar: Eu fui assassinada por um jovem que tentou abusar de mim, mas na minha reação de defesa, acabei morta por estrangulamento. Eu nunca aceitei o fato de estar morta... O olhar e o semblante de Melissa foram mudando, em meio a suas palavras e sua face estava mais cadavérica e suas palavras mais ásperas. Paulo estava assustado e perguntou: Mas porque você me seduziu, desde a outra sexta você veio a mim, acredito que você me escolheu por Algum motivo...Qual? Com um olhar mórbido Melissa responde: Olhe ao lado da minha sepultura. Veja os túmulos! Está vendo a gaveta aberta e vazia ao lado da minha? Paulo olhou e assustado respondeu: Sim... Melissa disse: Olhe o nome que está na lapide desse tumulo ao lado do meu...olhe! Leia...O que esta escrito? Paulo ilumina a lapide, olha e lê: Paulo de Farias...Car...valho...É meu nome! Paulo assustado indaga de forma agressiva: Melissa! Por que meu nome esta nessa lapide...nesse tumulo ao lado do seu? Um silencio toma conta do local, as nuvens cobrem o céu e quando vem a sombra escurecendo o luar da noite, Melissa friamente responde: Este tumulo é seu Paulo...Eu te escolhi nessa noite pra ficar ao meu lado...pra sempre! No olhar desesperado e apavorado de Paulo, surge uma reação de um grito e a escuridão toma conta do cemitério. No dia seguinte Paulo havia desaparecido e nos dias que se seguiram, seus familiares procuraram em todos os lugares, mas não o acharam. Somente alguns anos depois um amigo de Paulo passando no cemitério vê a lapide com o nome de Paulo de Farias Carvalho e foi investigar com o gerente do cemitério, mas não havia esse registro e depois de muito insistir, abriram investigação e o corpo foi exumado. Assim os amigos e familiares descobriram que Paulo foi misteriosamente assassinado, de forma que nem os legistas e nem a polícia jamais conseguiram entender e seu corpo foi para o jazigo de sua família, mas no dia seguinte o tumulo estava destruído e a polícia buscou vândalos, mas não havia sinal de ninguém na área, os amigos de Paulo voltaram ao tumulo onde ele havia sido enterrado da primeira vez e quando os coveiros abriram a cova...La estava novamente o corpo de Paulo e por ordem da família ali ficou pra descansar pra sempre.

SRH

A flor do cemiterio

A FLOR DO CEMITÉRIO Ana era uma jovem bonita e inteligente que tinha um estranho hábito quando chegava o período de provas ela ia estudar no cemitério que ficava perto de sua casa, todos os seus amigos implicavam com esse hábito: -Então Ana já vai pro cemitério? E riam -O que é que tem de mais lá é tranquilo e eu posso estudar em paz e parem de provocar. Um dia quando ela chegou no túmulo que costumava ficar, encontrou uma linda flor lilás: -Acho que vou ficar com ela. Após dizer isso guardou-a no meio do fichário e continuou a estudar, quando terminou guardou o material e após sair do cemitério não percebeu que a flor caiu do fichário direto para o bueiro na calçada. Chegando em casa ela foi pro quarto, olhou pela janela e viu uma moça lá em baixo, olhando pra ela como se quisesse algo de volta... Ana saiu de perto da janela e foi tomar um banho, como o inverno estava se aproximando ela ligou a água quente, no banheiro havia uma pequena espelheira que foi embaçada pelo vapor. Após o banho ela sai e no espelho como passe de mágica foi aos poucos se formando a seguinte frase:- DEVOLVA MINHA FLOR!!!! Ana corre pro quarto se troca rapidamente e vai até a cozinha onde sua mãe preparava o jantar: -O que foi Ana? Por que essa carinha assustada? -Eu estava no banho e quando saí vi uma frase escrita no espelho... A mãe dela termina o jantar e vai até o banheiro chegando lá, só a Ana vê a frase: -Não vejo nada filha. Esqueça isso a sua mania de estudar no cemitério deve estar fazendo mal. -Você tem razão mãe é melhor eu parar com isso.

Após o jantar Ana vai dormir e no dia seguinte ela resolve estudar em casa no meio dos estudos o telefone toca, como sua mãe tinha ido ao mercado ela desce e atende: -Alô? -DEVOLVA MINHA FLOR, QUERO ELA DEVLOTA... -Eu sei que é você Antônio pare de implicar comigo. E ela desliga o telefone e sobe pro quarto, e toca novamente o telefone e a mesma pessoa pede a flor de volta. No dia seguinte: -Antônio que brincadeira de mau gosto foi aquela de ontem? -Que brincadeira? Eu não te liguei ontem! Então ela se lembra da flor que tinha pego no cemitério e após procurar na casa inteira descobre que tinha perdido ela pega suas economias vai até a floricultura e compra um lindo buquê com flores brancas bem parecidas deixa no túmulo e vai pra casa, mas o telefone toca: -NÃO QUERO ESSAS FLORES QUERO A MINHA FLOR!!!!! -Mas eu já procurei acho que a perdi... -ENTÃO SOFRERÁ AS CONSEQUENCIAS... Após isso a outra pessoa desliga, Ana torna procurar a flor, mas não encontra.

Passou alguns dias e Ana ainda se preocupava em achar as flores, essa preocupação a deixava tensa, ela não se alimentava mais e emagrecia dia a dia. Foi ficando doente, fraca e perturbada. Uma noite de chuva, o celular toca e Ana atende com voz fraca: -Alô. Quem é^ Um silêncio se faz na linha. Ana insiste em perguntar: -Alô?...É você Antônio...Fala! Quando Ana estava para desligar o telefone, escuta a voz: -DEVOLVA MINHA FLOR, QUERO ELA DEVLOTA... Ana entra em desespero e começa a revirar o quarto, a sala a procura das flores.

Ana torna procurar a flor, mas não encontra e após muitas ligações no telefone de casa e no celular e mensagens no espelho recados no espelho Ana acaba ficando louca!!! E na sala do manicômio ainda com o celular na mão Ana percebe que ele toca e ela grita por ajuda desesperadamente....

SRH

A historia da ruiva do necroterio

A ruiva do necrotério ESSA HISTORIA FOI CONTADA POR UM AMIGO MEU, QUE TRABALHOU NO NECROTERIO DE UM ANTIGO HOSPITAL DO INTERIOR DE SÃO PAULO.

Eu era um jovem de 22 anos, solteiro, que trabalhava num necrotério de um hospital do interior de São Paulo. Sou tímido e gostava do necrotério porque tinha dificuldades de me relacionar com pessoas e preferias a tranquilidade da companhia dos mortos. Era década de 90 e eu fui para o hospital, onde trabalho como zelador do necrotério. Cheguei e liguei minha tv, aguardando a chegada de alguma funerária para buscar um dos corpos que estavam na geladeira. Logo chegou uma viatura do hospital e deixou um corpo, que guardamos na geladeira, estava num saco preto e eu nem abri, somente coloquei o numero sobre o plástico escuro e voltei a minha cadeira pra assistir tv.

Naquela noite esfriou e veio um temporal forte, era mais de 23hs e os trovões estremeciam o chão. A chuva ficou mais forte, quando escutei bater na porta do necrotério. Era uma jovem mulher, linda, olhos azuis, cabelos vermelhos, ela era muito bonita e pediu pra usar o telefone para char um taxi. O necrotério era uma casa isolada nas dependências do hospital e tinha uma ruazinha ao lado que as pessoas costumavam passar pra chegar ao pronto socorro. Essa moça estava com os cabelos e o vestido molhados. Eu expliquei a ela que o telefone sempre ficava mudo quando chovia e era melhor ela se secar no banheiro enquanto eu fazia um café. Ela agradeceu e foi ao banheiro e eu fui fazer o café, estava um pouco tímido, afinal uma mulher linda aqui nesse deserto, nessa chuva, essas coisas não acontecem sempre na vida de um solteiro. Eu caprichei no café e aproveitei pra me pentear e passar um desodorante, enquanto a moça estava no banheiro. Logo ela saiu do banheiro e veio me acompanhar no café e começamos a conversar. O que me admirava era uma jovem e linda mulher, ruiva e de sorriso branco, estava muito a vontade num lugar onde as pessoas geralmente tem medo, receios e jamais iriam bater na porta pra se abrigar da chuva, mesmo numa tempestade, não imaginava possível isso. Ficamos conversando e ela bem a vontade, num vestido úmido, sem blusa e com um decote provocante, um perfume de rosas e um olhar pra mim muito sensual, parecia que no decorrer da conversa e com a chuva mais fraca ela não queria mais ir embora daqui. Já entrava na madrugada e nossa conversa ficou mais intima, ela começou a perguntar se eu era casado ou tinha namorada. Eu comecei a falar com receio e logo fui me abrindo e dizendo que era muito tímido pra conseguir uma namorada e estava solitário. Ela se aproximou de mim e numa voz macia falou perto do meu ouvido direito: Ho! Coitadinho....Você é muito bonzinho, doce e educado. Acho que vai encontrar a pessoa certa ainda. Eu senti um arrepio percorrer meu corpo e um calor subiu...Afinal não é sempre que uma mulher bonita fala em meu ouvido...Aliás nunca aconteceu! Ela continuou a falar e disse coisas boas a meu respeito, nessa hora eu fui me soltando e peguei mais duas xicara de café pra nós, quando me virei e olhei pra ela tive um susto, não esperava, mas ela estava nua na minha frente e a luz da lua após a chuva iluminava seu corpo pela janela da sala. Eu fiquei parado, travado, pois nem podia imaginar e quando ela me chamou para dentro da sala de descanso, as duas xicaras caíram no chão e eu me dei conta de que era minha oportunidade de uma noite interessante. Fiquei animado e me dei conta que uma mulher linda, nua e gratuita na minha frente seria algo difícil de acontecer de novo. Eu a segui e fomos para a sala de descanso, onde havia uma cama e essa foi a melhor noite de sexo da minha vida. Era quase 5 horas da manhã e a ruiva se vestiu, me deu um beijo e foi embora.

Eu cochilei um pouco e logo tocou a campainha do necrotério, era a funerária local, que vinha buscar um corpo de uma desconhecida, não reclamada e que estava a 3 dias na geladeira, eu nem sabia do caso, pois só recebia, entregava e registrava os corpos que chegavam sempre em saco preto vindo do pronto socorro do nosso hospital. Eu comprimente o agente funerário, lhe ofereci café, nem pensei em contar sobre os detalhes daquela madrugada e o acompanhei até a geladeira para retirar o corpo. Ele me pediu pra ajudar a retirar do saco, pois não podia levar sem colocar a camisola do hospital, pois era assim que o hospital entregava para sepultar corpos não reclamados após 72horas. Abri a geladeira, puxei a gaveta e seguramos nas laterais do saco e colocamos numa maca, enquanto eu fui buscar uma camisola, o agente funerário foi abrindo o saco preto e expondo o cadáver de uma mulher. Quando voltei com a camisola fiquei perplexo ao ver o rosto do cadáver de uma mulher, jovem de cabelos vermelhos. Eu não sabia como reagir, pois contar a verdade seria loucura e podia parecer muito estranho, mas o agente percebeu meu espanto e disse: Você tá branco, rapaz! Você tá bem?

Eu cheguei a deixar cair a camisola no chão e fiquei em choque por uns instantes. O agente me chacoalhou pelo braço e eu olhei pra ele e ainda com cuidado disse: Nossa! Conheço essa mulher...Ela veio aqui ontem.

O agente me olhou com estranheza e me contou que era o corpo de uma mulher desconhecida, que ninguém sabia de onde vinha ou se havia parentes pra contatar. Era um tanto improvável eu a conhecer, porque ela foi encontrada morta na beira de um rio na divisa da cidade. Ela foi achada com uma corda no pescoço na beira do lago e a necropsia foi feita no IML da nossa cidade, mas ninguém a conhecia, nem houve quem a tivesse visto antes da sua morte, provavelmente a 4 dias.

Eu não consegui entender mais nada, pois sei que era ela. Me recompus, vestimos o corpo e colocamos no caixão, falei pro agente esquecer o assunto, pois devia ter sido outra pessoa. Eu fui pra minha sala, peguei minha mochila e logo depois que a funerária levou o corpo, fui embora pra casa, sem entender nada e sem poder comentar o caso, pois quem iria entender que eu passei uma noite romântica com uma ruiva que havia sido assassinada a uns 5 dias e era totalmente desconhecida. No plantão seguinte eu jurei pra mim mesmo que jamais abriria a porta anoite pra qualquer pessoa, mesmo com chuva.

Acreditem, foi algo que nunca entendi e nunca saberei se foi sonho ou realidade, pois era tudo muito fora da realidade que eu estava acostumado, mas quando eu lembrava parecia real, pois sentia até o gosto dos lábios daquela mulher. O batom vermelho forte que deixava sua boca tão carnuda e linda me vinha a mente com tantos detalhes, o corpo lindo, branco, escultural que minhas mãos tocaram com suavidade ainda estavam no meu tato, os cabelos vermelhos que acariciei era tão real, macios e tudo isso não era sonho, não podia ser, mas também realidade seria impossível, pois eu vi o cadáver de uma jovem mulher ruiva que parecia muito,era ela com certeza, mas não tinha mais a beleza que eu deslumbrei naquela noite. Nunca vou entender, mas também nunca esquecerei aquela noite estranha. No ano seguinte sai da cidade e do emprego e fui trabalhar em outra cidade bem distante, num escritório, durante o dia e nunca mais passei ou tive interesse em trabalhar em necrotério de hospital. SRH