sexta-feira, 18 de maio de 2012

Temas de IML: Dissecções academicas

O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmata, que provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. No século III A.C., o estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático.

A utilização do cadáver é uma tríplice lição educativa: a.intrutiva ou informativa, como meio de conhecimento da organização do corpo humano, precedendo ao estudo no vivo; b.normativa, disciplinadora do estudo, pelo seu caráter metodológico e de precisão de linguagem; c.estético – moral, pela natureza do material de estudo, o cadáver, e pelo método primeiro de aprendizado, a dissecação, que é experiência e fuga repousante na contemplação da beleza de harmonia de construção do organismo humano.

. A dissecção em SVO e IML é padronizada e a necessidade de agilidade faz com que o conhecimento supere uma tecnica mais apurada. Mas sempre é necessaria uma intervenção mais tecnica e detalhada. Nesses casos é necessário que o auxiliar/tecnico tenha um bom preparo para prestar ao medico o melhor apoio. Das dissecções comuns mais detalhadas, a dissecção do pescoço é a mais trabalhosa.
O objetivo deste artigo é comentar a tecnica de dissecção de pescoço.
Retirada da lingua e laringe, podendo conter o cardiorespiratorio completo ou não. A dissecção é dificil e trabalhosa. O objetivo é retirar lingua e laringe sem cortar a pele do pescoço na região do mento. O ideal é fazer o Y para evitar o corte reto ao mento. Com o Y tem a preservaçao da imagem do cadaver. A dissecção é feita por baixo da pele do pescoço.


A tecnica pode variar para poupar a visão da familia no caso de jovem
Esta tecnica é guase cirurgica, mas IML e SVO é praxi para fazer em rotina para preservar a imagem co cadáver. Em alguns casos no IML, como dos enforcados ela não é aplicada, sendo feito o corte ao mento.
Fazendo o colarinho do Y, é só dissecar por baixo da pele. Após toda pele solta, corta-se a musculatura de apoio da língua, artérias e veias do pescoço em suas bases, e em seguida disseca-se por baixo das estruturas da laringe e esôfago liberando o bloco.

As quatro tecnicas são usadas de forma variada

Existem as tecnicas de dissecção acadêmica, que visa expor musculos e orgãos de forma tecnica para faculdades. Isto exige conhecimento de anatomia precisa de um bom necropsista



terça-feira, 15 de maio de 2012

Temas de IML: Suturas diversas

Em IML ou SVO temos varias formas de sutura, sendo que escolhi algumas das mais usadas e praticas. Num local com uma rotina grande temos que optar pela técnica mais rápida e menos danosa a imagem do cadáver.
A sutura australiana O pessoal de SVO gosta de caprichar mais em sutura devido a rotina mais calma. É linha reta paralelo. O ponto faz dentro-fora, mas meio centimetro da borda da incisão.


estética

Obs: Num sentido bem paralelo, pode-se fazer 4 pontos fora-dentro e fora-dentro e puche, assim dara um alinhamento a sutura. Fica razoavelmente estetico, mas é mais rapido.

Outro metodo rapido é o fora-dentro e fora-dentro 4x e pucha. Este fica bom e é mais seguro para o tecnico.

Outro metodo rapido, mas eu não gosto porque fica esteticamente...feio! É o dentro-fora e dentro-fora

Outras tecnicas ajudam quando o caso de podr~~ao e a pele é mole.

O objetivo é juntar e segurar a pele, pois não segura pontos normais, quando caso de podrão.
Sempre é bom avisar: Cuidado com agulha! antenha a mão de apoio distante da saída da agulha.
Tem varios tipose tamanhos de agulhas no mercado

As linhas devem ser de boaqualidade para n~~ao inchar



sexta-feira, 11 de maio de 2012

Temas de IML: Higiene e biossegurança

A manipulação de cadáveres nos institutos médicos legais brasileiros requer medidas urgentes de biossegurança, uma vez que a natureza da atividade oferece risco de contaminação aos profissionais de saúde e técnicos de necropsia. O alerta foi feito pelo odonto-legista Marcus Vinícius Ribeiro de Carvalho, depois de avaliar 50 cadáveres, para detectar a presença do vírus HIV, na cidade fluminense de Volta Redonda. Em 2,4% das amostras, ele constatou a presença do agente etiológico, mesmo passadas 24 horas da morte do indivíduo.





Manipular cadávres nos institutos médicos legais (IML) do Brasil requer muito cuidados dos profissionais de saúde e técnicos de necropsia.



Uso de EPIs é fundamental, pois o resco fica tambem para Tuberculose, meningites e Hepatites. Dica de como trabalhar com higiene na sala de necropsia: -Manter a limpeza da mesa com água corrente para evitar sangue parado.



A higienização constante é fundamental e depois das necropsias a equipe de limpeza deve fazer a lavagem da sala e os instrumentos devem ser lavados e colocados de molho em soluções especificas.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Temas de IML: anatomia patologica do Infarto cardiaco

O que é infarto do miocárdio?
O infarto é definido como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco (miocárdio), que deve-se à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sangüíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem apresentar depósito de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração.

As placas de gordura localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem suprimento desangue. É assim que ocorre o infarto do miocárdio.

Esta situação vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação inflamatória local. anatomia patologica A visualização do infarto vai depender do tempo de morte e do tempo de reação da lesão em vida.

São variadas as lesões do infarto, as menos visiveis podem ser observadas com uma area palida no musculo, sendo diferenciada da hipostase. As lesões em geral são bem mais marcantes com um tempo de 6horas pra necropsia. Isto da tempo para a hipostase se diferenciar da lesão e a area lesada se mostrar mais evidente.

Alguns serviços de anatomia patologica da o laudo final após a analise histologica e analise do orgão fixado em formol. Assim sera mais preciso, se o medico que cuidou do paciente quiser mais detalhes sobre o caso. O atestado é dado no dia da necropsia, mas um laudo conclusivo e detalhado leva alguns dias. O patologista corta um pequeno fragmento de lesão visivel e manda para tratamento histopatologico e o orgão inteiro fica em descanço no formol diluido para posteriormente ser fotografado e as lesões descritas com detalhe.


O infarto também pode ocorrer em vasos coronarianos normais quando as artérias coronárias apresentam umespasmo, ou seja, uma forte contração que determina um déficit parcial ou total no suprimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado por este vaso contraído. Quais são as causas? O infarto está mais freqüentemente associado a uma causa mecânica, ou seja, à interrupção do fluxo sangüíneo para uma determinada área, devido a obstrução completa ou parcial da artéria coronária responsável por sua irrigação. O tamanho da área necrosada depende de vários fatores, tais como o calibre da artéria lesada, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento da circulação colateral. Esta, quando bastante extensa, é capaz de impedir a instalação de infarto, mesmo em casos de obstrução total da coronária. Pode também ocorrer por aumento do trabalho cardíaco relacionado ao aumento da pressão arterial. Quais são os fatores de risco associados ao infarto do miocárdio? • Colesterol alto • Sedentarismo • Tabagismo • Hipertensão arterial • Menopausa • Estresse • Excesso de peso • Diabetes mellitus • História familiar ou predisposisão genética • Idade • Alterações hemodinâmicas: hipertensão arterial, hipotensão, choque, mal-estar, etc.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Temas de IML: CIPA

CIPA e prevenção de acidentes A CIPA tem suporte legal no artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho e na Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5), aprovada pela Portaria nº 08/99 [2], da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A NR 5 trata do dimensionamento, processo eleitoral, treinamento e atribuições da CIPA.



O Modelo SESI em Saúde e Segurança no Trabalho utiliza metodologia adequada para introduzir e facilitar a adoção de boas práticas de gestão para prevenção de acidentes e doenças no âmbito das micro e pequenas empresas. Utilizando uma forma de abordagem fácil, possibilita um atendimento mais direto às micro e pequenas empresas, com sistematização das ações desenvolvidas no ambiente de trabalho, aplicação do conceito de melhoria contínua, focalização como um dos objetivos da empresa e, principalmente, a superação dos requisitos mínimos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos pela legislação brasileira.

Por que devemos prevenir os acidentes e doenças decorrentes do trabalho? Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade.

As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho. Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam em:

sofrimento físico e mental; cirurgias e remédios; próteses e assistência médica; fisioterapia e assistência psicológica; dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; diminuição do poder aquisitivo; desamparo à família; estigmatização do acidentado; desemprego; marginalização; depressão e traumas.

Os custos não segurados impactam a empresa principalmente nos seguintes itens:

salário dos quinze primeiros dias após o acidente; transporte e assistência médica de urgência; paralisação de setor, máquinas e equipamentos; comoção coletiva ou do grupo de trabalho; interrupção da produção; prejuízos ao conceito e à imagem da empresa; destruição de máquina, veículo ou equipamento; danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos; embargo ou interdição fiscal; investigação de causas e correção da situação; pagamento de horas-extras; atrasos no cronograma de produção e entrega; cobertura de licenças médicas; treinamento de substituto; aumento do prêmio de seguro; multas e encargos contratuais; perícia trabalhista, civil ou criminal; indenizações e honorários legais; e elevação de preços dos produtos e serviços.

Análise preliminar das condições de trabalho Etapas: A análise preliminar das condições de trabalho permite a elaboração de estratégias que vão subsidiar as etapas de implantação do programa de gestão de saúde e segurança no trabalho, e é estabelecida com quatro indagações bem simples:

De forma preliminar, das quatro indagações, conclui-se que Otrabalhador está exposto à fonte de perigo? O trabalhador está em contato com a fonte de perigo? Qual o tempo e a freqüência do contato entre o trabalhador e a fonte de perigo? Qual a distância entre o trabalhador e a fonte de perigo?

quanto maior o tempo de exposição ou de contato com a fonte de perigo, maior será o risco; quanto maior for a freqüência da exposição ao perigo, maior será o risco; e quanto mais próximo da fonte de perigo, maior será o risco. É importante ressaltar que a fonte de perigo pode ser um equipamento, uma máquina, um instrumento ou qualquer condição de trabalho perigosa.

Objetivos do modelo SESI: previne e reduz os acidentes e doenças; protege a integridade física e mental dos trabalhadores; educa para adoção de práticas preventivas; evita os custos com medicação e próteses; diminui o absenteísmo; melhora, continuamente, os ambientes de trabalho; evita prejuízos à imagem da empresa;

Vantagens para a empresa que adota o Modelo SESI em Saúde e Segurança no Trabalho

O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos riscos existentes nos locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização. É um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade com as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito filosófico de que quem faz o trabalho é quem conhece o trabalho. Ninguém conhece melhor a máquina do que o seu operador. As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão opinar, discutir e elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo ao conjunto dos trabalhadores da empresa através da fixação e exposição em local visível. Serve como um instrumento de levantamento preliminar de riscos, de informação para os demais empregados e visitantes, e de planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela empresa.

O objetivo da CIPA é "observar e relatar as condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os mesmos..." Sua missão é, portanto, a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores. Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma criativa e participativa, entre gerentes e empregados, em relação à forma como os trabalhos são realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a humanização do trabalho. Não obstante, a CIPA é um órgão supracorporativo e independente, não subordinado a nenhuma área da empresa nem a nenhum funcionário desta.

Cadastro da Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.



O termo “Segurança Profissional Durante Procedimento de Necropsia” traduz para os peritos e auxiliares que a prática deste ato técnico deve estar revestida de toda garantia de segurança. Uma vez que durante a necropsia os profissionais se expõem às áreas com solução de continuidade na pele ou nas mucosas do cadáver, a fluídos, secreções orgânicas e dejetos humanos.

Qualquer pessoa em vida pode ser portadora de microorganismos altamente patogênicos, o que, mesmo após a morte, põe em risco a saúde de quem entra em contato com eles, principalmente, os profissionais de necropsia. Agentes infecciosos como vírus, bactérias, fungos, parasitas e prions podem infectar esses profissionais, em especial quando as barreiras usuais do corpo são ultrapassadas ou não estão íntegras. Em geral, os organismos penetram no corpo através de feridas feitas acidentalmente por agulhas ou pontas afiadas, gotículas em membranas mucosas, inalação ou passa¬gem de microrganismos por feridas preexistentes.

Portanto, peritos médicos-legistas e auxiliares técnicos que realizam necropsias, estão expostos a risco de contaminação caso medidas adequadas de proteção não sejam rigorosamente observadas.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE SEGURANÇA EM NECRÓPSIA Uma série de cuidados deve ser empreendida para se evitar a exposição a riscos físicos, químicos e biológicos durante a realização de trabalho na área da Tanatologia Forense do IML.



EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A fim de minimizar o risco de se infectar, barreiras adequadas devem ser acionadas.

É bastante difícil determinar quais casos de necropsias envolvem agentes infecciosos e quais não. Por¬tanto, é prudente considerar que todas as necropsias são potenciais fontes de agentes infecciosos. O plano central de todo programa de biossegurança em necropsia é a utilização de precauções-padrão de controle de infec¬ções.

Assim, toda necropsia e seus objetos devem ser tratados como se portassem algum agente infeccioso. Toda a área do procedimento e seus conteú¬dos são designados como áreas de ameaça biológica e, portanto, devem ter placas informativas. A sala de necropsia ideal deve ser bem ventilada, com sistema exaustor negativo. É muito útil ter um segundo auxiliar de necropsia que se mantenha limpo, a fim de registrar pesos, medidas e outras observações quanto aos órgãos, e também para circular quando for neces¬sário qualquer auxílio. Todos os procedimentos devem visar diminuir o risco de derramamentos, respingos ou aerossóis. Equipamentos contaminados, instrumentos, bacias e demais objetos devem ser confinados a áreas designadas até sua desinfecção (mesa de necropsia, mesa de instrumen¬tos, mesa de dissecção, pia e etc.).

Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI são dispositivos usados individualmente para proteger a integridade física do trabalhador e incluem: luvas, protetores oculares ou faciais, protetores respiratórios, aventais e proteção para os membros inferiores. São equipamentos de uso obrigatório nos ambiente da sala de necropsia e nas salas de radiologia pericial.

A utilização de equipamentos como barreira contra as infecções externas passa por constantes modificações, sobretudo, na busca de novos materiais que sejam impermeáveis a microorganismos sob pressão, flexíveis, distensíveis e confortáveis, além de permitir a boa prática nos procedimentos.

As principais funções dos EPI são: I - redução da exposição humana aos agentes infecciosos; II- redução de riscos e danos ao corpo provocados por agentes físicos ou mecânicos; III - redução da exposição a produtos químicos tóxicos; IV- redução da contaminação de ambientes.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E SEGURANÇA . Lavagem das mãos

A ação de lavar as mãos utilizando água, sabão ou detergente é considerado o mais importante modo de atuar na prevenção e controle de infecções.

O objetivo da lavagem das mãos é impedir que microorganismos mantenham-se nas mãos do profissional de necropsia, e que este carreie os mesmos para outras áreas ou demais pessoas. Portanto, a lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma tarefa.
Limpeza mecânica do ambiente e superfícies

Para que a desinfecção se processe de forma eficaz é necessário que, inicialmente, seja realizada a limpeza (a remoção física dos detritos ou fluídos orgânicos coagulados - carga orgânica), das superfícies da sala de necropsia e sala de radiologia forense. Esta remoção reduz, em muito, a quantidade de microorganismos, pois eles ficam aderidos à matéria orgânica removida do cadáver através de fragmento de tecidos, sangue e outros fluídos ou pela mão dos profissionais.

As bancadas, macas, mesa de radiologia, mesa de necropsia e demais móveis devem ser limpos com água e sabão (detergente) através de fricção em movimento único, de cima para baixo, utilizando pano diferenciado (parede, porta, armário, pia, mesas e maca). Deve-se evitar espirrar água sobre as superfícies. A limpeza deve ser iniciada pelo local de menor probabilidade de contaminação para o de maior probabilidade de contaminação, e deve ocorrer após cada procedimento necroscópico e/ou radiológico.

A limpeza do piso é feita com água e sabão (detergente), com uso de vassoura (esfregão), pano diferenciado, através da técnica do duplo balde (2 baldes para enxágüe do pano e a água deve ser renovada constantemente). A limpeza deve ocorrer após cada procedimento necroscópico e/ou radiológico.

O funcionário da limpeza deverá estar paramentado com máscara, capote, luvas de procedimentos e luvas de borracha de cano longo por cima, óculos de acrílico, gorro e botas de borracha.



Limpeza mecânica do instrumental cirúrgico.

Na limpeza de rotina, do instrumental cirúrgico, todos os instrumentos devem ser lavados usando-se água, sabão (detergente) e escova de náilon. Utilizar uma cuba plástica para colocar a solução de limpeza (água e sabão).

A escovação do material deve ser criteriosa, pois é esse processo mecânico que ira promover a remoção física dos detritos ou fluídos orgânicos coagulados (carga orgânica). Essa remoção mecânica reduz em muito a quantidade de microorganismos, preparando, adequadamente, o instrumental para a etapa seguinte de desinfecção.

Durante a escovação do material deve-se evitar a aspersão de aerossóis. Utilizar falso tecido descartável ou tecido (deve ser lavado após o uso, e ser exclusivo) para enxugar os artigos.



A limpeza e secagem do artigo são obrigatórias antes da desinfecção.

Após o procedimento os utensílios devem ser limpos (cuba, escovas, etc.), pode fazer a desinfecção com Hipoclorito de sódio 0,5 – 1%.



. Desinfecção do equipamento e material Para a desinfecção deve-se usar solução apropriada, ou seja, germicida para agentes suspeitos ou conhecidos. Na desinfecção de rotina todos os instrumentos e aparelhos, após a limpeza mecânica e enxágüe, devem ser desinfetados por imersão em glutaraldeído aquoso a 2% por 30 minutos. Após esse período os instrumentos devem ser enxaguados em água corrente, secos e guardados (para os procedimentos necroscópicos não há preocupação em se esterilizar o instrumental utilizado). O importante é a limpeza mecânica e a desinfecção química após cada procedimento, como prevenção de contágio para os profissionais. Deve-se enxaguar a superfície de trabalho com água e, em seguida, com solução de álcool a 70%. Deve-se evitar espirrar água.



Cuidados com o cadáver. Após a necropsia, deve-se lavar o corpo com solução de detergente seguida da aplicação de hipoclorito a 1%. O corpo deve ser enxaguado. Em casos de constatação de doenças infecciosas no corpo examinado, a vigilância sanitária deve ser notificada. Contudo, não se podem tratar corpos "não infecciosos" com menos cuidado. É importante inspecionar os corpos que estão guar¬dados em refrigeradores diariamente, para ver se há algum respingo de fluido de qualquer natureza. Obviamente, os acúmulos de fluido que se formem devem ser corretamente retirados ou aspi¬rados, seguido de desinfecção do local com solução de hipoclorito a 1% por 30 minutos. Se necessário, recomenda-se colocar um aviso externamente no saco plástico em casos nos quais há possibilidade de saída de líquidos.



. PREVENÇÃO DE ACIDENTES De acordo com a Lei 8.080/90, especialmente, em relação à saúde do trabalhador, temos no § 3, do Art. 6º, o seguinte conceito:

§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, (...).

A Vigilância em Saúde do Trabalhador tem como objetivo detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos epidemiológico, tecnológico, organizacional e social, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos de forma a eliminá-los ou controlá-los por meio de uma atuação planejada contínua e sistemática.

Os servidores do Núcleo de Tanatologia do IMOL e dos Núcleos Regionais de Medicina Legal deverão estar vacinados contra hepatite B e manter imu¬nidade contra tétano e difteria. Outra imunização como rubéola para os funcionários do sexo feminino também deve estar regular.

O reconhecimento de acidentes com produtos químicos no ambiente ou patógenos que podem ser transmitidos por cadáveres deve criar uma mentalidade preventiva contra lesões que presumivelmente podem ser evitadas. Atualmente os microorganismos mais temidos são: Vírus HIV e HTLV, da hepatite C e D. Pessoas com feridas abertas ou dermatites, ao auxiliar uma necropsia, a pele deve ser completamente coberta com vestimenta impermeável ou outra barreira aceitável.



.1. PRECAUÇÕES PADRÕES OU BÁSICAS

Os princípios da proteção universal que o profissional da Tanatologia do IMOL deve ter em mente são: a- uso obrigatório do Equipamento de Proteção Individual – EPI seja na manutenção do ambiente e equipamento, ou no manuseio do cadáver; b- conhecer e cumprir rigorosamente as normas estabelecidas oficialmente pela Instituição; c- ter sempre claro que qualquer cadáver pode ser portador de infecção e, por isso, o cuidado rigoroso é para com todos, e não somente com aqueles sabidamente portadores de doenças, passiveis de transmitir patógenos através do sangue ou líquidos orgânicos; d- estar ciente que a falha nas precauções estabelecidas pode tornar o profissional da Tanatologia vetor de doenças para fora do setor ou mesmo do IMOL.



.2. INSTRUMENTOS PERFURANTES, CORTANTES OU PERFURO-CORTANTES

Deve-se ter má¬ximo cuidado ao manusear instrumentos perfurantes, cortantes ou perfuro-cortantes, a fim de minimizar o risco de acidente com os mesmos. Quando possível, o uso de agulhas deve ser evitado. Atenção meticulosa pode prevenir, quase que totalmente, ferimentos por agulha durante a realização de necropsias. Para se aspirar fluído, quando possível, usar sempre seringas sem agulha, uma vez que, vários acidentes com agulhas acontecem quando se descartam as mesmas, elas não devem ser re-encapadas. Deve-se, de imediato, descartar as agulhas e outros instru¬mentos de corte já utilizados. O descarte será sempre feito, diretamente, no recipiente apropriado. Não se deve deixá-los dispersos na área de trabalho.

Cortes acidentais dos dedos, principalmente na parte distal do polegar, no in¬dicador e no dedo médio, são as lesões mais comuns que os profissionais de necropsia causam em si mesmos. Esse tipo de ferimento costuma ocorrer durante a dis¬secção do cadáver ou o corte dos tecidos durante o preparo para microscopia (anatomopatologia). A freqüência de feridas nas mãos durante a realização de necropsias pode diminuir em decorrência de prá¬ticas muito simples. Um par de tesou¬ras pode, tranqüilamente, substituir o bisturi durante a maioria dos procedimentos, como a evisceração. O uso de tesoura de ponta romba, em vez de ponta fina, é adequado em quase todas as dissecções rea¬lizadas, pelo perito médico-legista e auxiliar, na necropsia. Quando se disseca com faca ou tesoura em uma mão, deve-se aplicar tensão contra-lateral nos teci¬dos com a outra mão, usando uma compressa sobre o tecido; não se devem segurar os órgãos com os dedos livres ou a outra mão. Para casos de alto risco de contami¬nação, luvas de liga de aço ou outro material resis¬tente a cortes podem ser utilizados. Luvas de plástico resistente a cortes também fornecem proteção e, ao mesmo tempo, permitem destreza com as mãos, sendo altamente recomendáveis.

Tesouras ou costótomos são utilizados para cortar a cartilagem costal próximo à junção costocondral quando o esterno é retirado. Recomenda-se muita atenção à superfície de corte, com possível fragmento ósseo, para se proteger de acidente com solução de continuidade da pele. Ao se fazer fatias grossas de órgãos, uma esponja (de aproxi¬madamente 7,5cm) deve ser utilizada para estabi¬lizar o órgão com uma mão, enquanto se segura a faca com a outra. Quando se sutura as incisões da parede toracoabdominal ao final da necropsia, devem-se segurar os retalhos de pele e músculo com um fórceps denteado ou outro instrumento, e não com as mãos. Regras que reduzem lesões por bisturis ou outros instrumentos afiados:

Tente minimizar o uso de bisturis para a dissecção dos tecidos (dar preferência a tesouras). Nunca use um bisturi para cortes as cegas (ter sempre visão direta do instrumento). Prepare um número suficiente de facas ou bisturis antes da necropsia a fim de evitar a troca da lâmina. Remova as lâminas somente com um removedor de lâminas seguro (use sempre uma pinça). Permita que apenas uma pessoa use o bisturi por vez, em um local isolado. Lembre onde deixou os bisturis e outros instrumentos afia¬dos; não os ponha desordenadamente na mesa de necropsia, mas sim na mesa de instrumentos (mesa auxiliar). Nunca manuseie as lâminas diretamente com as mãos. Sempre anuncie os movimentos que pretende fazer com instrumentos afiados.



ASPERSÃO DE LÍQUIDOS E AEROSSÓIS (SPRAY)

As pessoas que reali¬zam e assistem à necropsia correm maiores risco de contrair tuberculose via aerossóis que se soltam durante o procedimento. Outras infecções, como raiva, praga, legionelose, meningite, riquetsiose, paracoccidiomicose e antrax, podem ser adquiridas a partir de aerossóis produzidos em necropsias. Portanto, fica claro que é preciso tomar máximo cuidado para evitar a contaminação por aerossóis e/ou espersão de fluídos. Para a proteção contra doenças transmissíveis por aspersão de fluídos como, por exemplo, a tuberculose, usa-se protetores faciais sobre a máscara.

A aspersão de partículas de material advindo dos tecidos moles e da poeira do osso durante a remoção de corpos vertebrais ou do crânio pode ser reduzida com a colocação de uma capa de plástico. A superfície óssea deve ser umedecida antes da serragem, a fim de dimi¬nuir a dispersão da poeira do osso. Para limitar o aerossol, devem-se usar recipientes com tampas bem fechadas, ao invés de recipientes com tampões de borracha ou rolhas, por exemplo. Ao abrir esse tipo de reci¬piente, deve-se cobrir o topo com um saco plástico para contenção de poeira ou derramamentos. Deve-se também evitar preencher demais um tubo de vácuo contendo amostra de sangue, através de pressão na seringa. A superfície do órgão deve ser irrigada e, posteriormente, realiza-se a incisão, podendo uma amostra ser coletada.






PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTE NO TRABALHO

Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Considera-se também como acidente de trabalho: I- Aquele que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho. II- Aquele que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa. III- Aquele que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa. IV- Doenças profissionais, doenças provocadas pelo tipo de trabalho. Ex.: problemas de coluna. V- Doença do trabalho, doenças causadas pelas condições do trabalho. Ex.: dermatoses causadas por químicos.

Na ocorrência de um acidente com trauma e/ou lesão aguda do servidor, também, quando constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames, ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico que possa estar relacionado com o trabalho, mesmo sem sintomatologia, deve-se emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho.

Em casos de contato com substâncias químicas, deve-se proceder às seguintes medidas iniciais: Inalação: Vapores de derramamento são muito irritantes para membranas mucosas, remover a pessoa para local com ar fresco de imediato. Em caso de dificuldade respiratória encaminhar a vítima para atendimento médico de urgência. Contato com a pele: Irritação avermelhando a pele. Lesão na pele: remover as roupas contaminadas. Lavar as partes afetadas com grande quantidade de água corrente. Contato com os olhos: Irritação severa: lavar copiosamente com água, no mínimo por 15 minutos. A vítima deverá passar por uma consulta com oftalmologista. Ingestão: Causam irritação para membranas da boca, garganta dores no estômago e possível ulceração. Não tente provocar vômito. A vítima deve ser encaminhada para atendimento médico. Em casos de perfuração, ruptura das luvas, propiciando o contato da pele do profissional, com sangue e/ou fluídos do cadáver, ou nos casos de cortes e feridas por picadas, a mesma deve ser lavada imediatamente com água e sabão, completando-se com álcool a 70% líquido ou gel. Neste tipo de acidente a direção do IMOL deve ser informada e providenciar, além da comunicação do acidente, o encaminhamento da vítima para o Hospital Dia da Rede Municipal (Coronel Antonino) para os procedimentos pertinentes. Deve-se coletar material e/ou sangue da fonte suspeita (cadáver) para triagem laboratorial.